terça-feira, 23 de outubro de 2012

e a mamãe super segura sonha o que?

que chega pra festa de final de ano da escolinha e a filha bebê já estava lá... saio questionando sobre onde ela está e a dona da escola me diz que todas as crianças estão no quartinho dormindo, entro e a Dessinha está dormindo na cama de cima de um beliche, sem proteção lateral! chamo a dona e fico repetindo: mas como tu não viu que ela é um bebê ainda?

acordei tão angustiada....

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mãe de duas.... uma certeza que vai por água abaixo..

A verdade verdadeira é que a experiência não te dá todas as respostas. Já ter vivido todas as culpas não te torna imune as mesmas culpas que surgirão lá na frente.

Não, eu não posso negar que ser mãe de duas é mais tranquilo. É sim. Já vivemos algumas coisas e passamos por elas mais tranquilamente.

Mas cá estou eu, no alto da minha experiência de ser mãe de duas, e de já ser mãe há quase dez anos me corroendo de dúvida, insegurança e a companheira fiel de todas as mães: a culpa.

Estava eu segura de já ter cumprido o papel a que me propus, dois anos cuidando das crias quase que exclusivamente, e aí, incluo a mais velha que, apesar de mais velha, de já ter nove anos e uma vidinha cheia de compromissos que a deixam longe de mim, estava sendo pela primeira vez irmã, pela primeira vez dividiria tudo aquilo que por quase 8 anos foi só seu.

A Natinha foi pra escolinha com 10 meses, minha  realidade era outra e era necessário, sofri, chorei, sobrevivemos todos. Mas a culpa sempre esteve dentro de mim.

Fiz bem o meu papel nestes dois anos, tenho plena convicção disso, amamentei, cuidei, me dediquei, brinquei, cozinhei, ensinei, compartilhei, eduquei, beijei e amei muito. Advoguei ao mesmo tempo e ainda inventei uma loja virtual como forma de me ocupar, produzir e estar junto, elas eram a minha prioridade.

Dois anos sem ir ao cinema, sem praticamente sair sozinha com o marido, sem sair com as amigas, dois anos em que eu fui deixando pra depois. Em que fui deixando as minhas prioridades e necessidades pra depois.

O depois chegou e eu, mãe experiente e madura, estava convicta em todas as minhas decisões. Era chegada a hora de eu voltar a ser eu em tempo integral, em voltar a trabalhar o dia inteiro e a Andressa iria para a escolinha trilhar seu caminho longe da aba da saia da mãe.

Os dois anos chegaram e era a hora. Escolinha escolhida, já conhecida o que é 80% resolvido. Meio período porque no outro tem a Tia Lúcia, tem a mamãe que sai mais tarde, que as vezes não vai.

Ia ser fantástico, amigos, brincadeiras, desafios. Mamãe segura e feliz e discursando sobre toda sua convicção materna.

Papo furado. Papai decide ir visitar a escola, afinal fazem alguns anos que a primeira filha saiu de lá. Vamos todos felizes e convictos.

Na volta pra casa eu olho pra ela pelo espelhinho do carro, e ela é tão pequena ainda. É o meu bebê. Fiz a grande merda de verbalizar pro marido: Será? Ela é tão pequeninha ainda...

Bastou meia palavra dele concordando e eu desmoronei.

Acabou. Todas minhas certezas ficaram lá naquela escolinha, no caminho para casa. Escaparam pela janela do carro no momento que meu olhar cruzou com o dela pelo espelhinho do carro.