domingo, 28 de agosto de 2011

Minha amada há um ano conosco!

Porque amor de dinda é igual a amor de mãe!!!

Dia 25 de agosto de 2010 a dinda estava aqui, barriguda, com a Andressa quase nascendo, e ansiosa pelo teu nascimento. Tua mãe resolveu esperar tu querer nascer, e parecia que nunca tu ia querer sair da barriga e vir nos conhecer. Uma bebezinha, que dentro da barriga da mamãe estava calminha, acumulando energia pra gastar aqui fora né? A dinda não pode sair correndo de madrugada para ir te ver nascer, era longe e a pressão da dinda não andava das melhores.

Mas não dormi um minuto sequer aquela noite, ansiosa demais pelo teu nascimento e pendurada no telefone com a vovó e o vovô querendo saber cada detalhe dos acontecimentos. Assim que o dia amanheceu a dinda foi em uma consulta com a médica dela para ela autorizar a ida para te visitar. Prometi me comportar porque não iria suportar ficar mais tempo sem te ter nos meus braços.

E tu era tão linda, tão pretinha e cabeluda! Uma fofa que estávamos esperando com muita ansiedade e amor de sobra para te dar.

Minha princesa, tu está te tornando uma bebezinha cada dia mais linda. A foguetinha da dinda que não para um minuto, que quer descobrir o mundo. Só te desejo o melhor desse mundo e saiba que sempre, sempre vai poder contar com a dinda para tudo.

Te amo linda Gabriela!




* Fizemos uma festinha surpresa para ela, para a data não passar em branco, que o festerê mesmo vem a seguir...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E o terceiro filho?

Ontem, depois de uma revisão na ginecologista:

- amor, a Ana disse que se queremos mais um bebê hoje é o dia, estou ovulando
silêncio
- vamos?
- onde?
- ter o terceiro ué, ou melhor, a terceirinha! não é isso que tu tá me propondo?




depois de 5 minutos de silêncio:





- pensando melhor, duas tá bom né?!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

e algumas pessoas perguntam como estamos...

e fico sem saber o que falar, de verdade.

não posso dizer que estamos bem, porque seria uma mentira muito descarada. ninguém fica bem depois de passar pelo que passamos.

duas semanas hoje.

acordar e já ligar a televisão para ver as câmeras, para confirmar se a empresa de segurança chegou, não é das coisas mais agradáveis do meu dia.

andar em um carro que não é meu (deus abençoe a minha amada mãe que nos emprestou o carro dela direto e nem nos pergunta quando vamos devolver), usar um computador sem meus arquivos, ter medo de entrar e sair de casa, me sentir invadida com aquele homem armado na porta de casa definitivamente não é meu ideal de vida.

sabe, eu sempre acreditei que coisas ruins só aconteciam com pessoas ruins, e o que passamos foi muito, muito ruim, sem que eu encontre um porque disso tudo comigo. é, talvez eu esteja com pena de mim mesma. talvez.

sei que as pessoas me falam: ah andrea, mas vocês estão bem e isso que importa. é claro que isso é verdade, e talvez me agarrar a isso é o que me faz levantar da cama todos os dias. mas dá uma tristeza muito grande tudo isso. sofremos sim uma violência muito grande, porque, discordando do policial que me disse doutora eles não foram violentos e isso é ótimo, eu me sinto violentada, porque ter bandidos dentro da tua casa, dentro do teu quarto, em contato com tuas filhas, com uma arma apontada para o teu marido e que ainda te leva as coisas que tu levou anos e anos para adquirir é uma violência sim.

agora me digam como um carro simplesmente some no mundo? não, não estamos falando do meu relógio que cabe em qualquer cantinho, estamos falando de um carro enorme!

sim, é claro que eu tenho seguro, mas não é por isso que vou achar bom meu carro sumir. e sim, eu já ouvi isso, que foi ótimo terem roubado, porque o seguro vale mais do que o valor que iria vender o carro. quem falou que eu queria vender? compramos o carro tinha menos de um ano.

ah, e ninguém vai responder por isso né. o que esperam de nós é que a gente simplesmente agradeça por não ter levado um tiro e esqueça. até a próxima vez quando o tiro pode vir junto. é isso? me desculpe, mas ainda não dá para mim. eu não esqueço.

não fico falando. porque claro que as pessoas não querem ouvir. na primeira semana eu ouvi: deu, passou, para um pouco de pensar nisso, tu tá neurótica.

então é assim: eu sou assaltada, tenho a minha casa invadida, minha vida e de quem eu amo ameaçada, minhas coisas, que eu adorava, que eu escolhi, que ganhei em datas especiais, levadas embora e não posso nem ficar neurótica.

estamos tocando a vida que é a alternativa que temos.

é duro lidar com essa insegurança, sabe.

se eu pudesse eu ia embora desse País. para nunca mais pular de susto porque um amigo vem bater no vidro do carro para me cumprimentar.

eu queria a minha vida de volta. a minha alegria de volta.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A saga da secretária IV

Como desgraça pouca é bobagem a secretária pediu demissão.

Sei que ela foi para um emprego melhor e com mais futuro para ela, e por isso fiquei feliz e dei toda força, mas aja saco para começar tudo de novo.

Só de lembrar o que passei Aqui, aqui e aqui, tenho calafrios.

Claro que já choraminguei no ouvido da minha mãe e ela veio para cá nos dar uma força.

A situação atual é a seguinte:

- sem carro
- sem relógio
- sem alguns documentos
- sem pasta para o note
- sem o casaco de lã preferido
- sem algumas jóias
- sem as fotos do parto e dos primeiros meses de vida da Andressa
- sem meus modelos de trabalho dos últimos tempos
- sem meu note com todas as minhas coisas
- sem secretária
- sem dinheiro

tá mole ou quer mais?

update: acabo de ser alertada pela minha sogra, que é uma das pessoas mais sensatas que eu conheço, e que veio passar uns dias conosco, que vou precisar dar uns dias para a empregada se recuperar do assalto, segundo a sogra ela está muito nervosa e estressada, precisando de uns dias...

Aí a pessoa faz o que?

A - (   ) senta e chora
B - (   ) come uma barra de chocolate sozinha
C - (   ) pede pra fazer a passagem que essa vida já deu
D - (   ) se faz de surda, muda, cega e finge que nem tá vendo o óbvio
E - (   ) todas as alternativas anteriores

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quando o sol bater, na janela do teu quarto

Quando o sol bater na janela do teu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só.

Por que esperar se podemos começar tudo de novo
Agora mesmo
A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance
O Sol nasce pra todos
Só não sabe quem não quer.

Quando o sol bater na janela do teu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só.

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor
E toda dor vem do desejo
de não sentirmos dor.

Quando o sol bater na janela do teu quarto
Lembra e vê que o caminho é um só.

Renato Russo



Porque nós estamos juntos e ninguém roubou nossa coragem!!!




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ainda estou muito triste

já me desesperei, passei dois dias sem comer nada, já chorei litros de lágrimas, já tive tanta raiva que esmurrei uma parede por uns dois minutos, já me tranquei em casa e não quis sair nunca mais,ando na rua e me assusto com qualquer pessoa que chegue perto demais de mim e agora estou triste, mas triste de verdade.

Não fui arrumar o cabelo, nem fazer as unhas, nem me animo para me arrumar para ir trabalhar.

Uma sensação de - por que comigo Deus? - eu não merecia, nunca fiz mal pra ninguém - por que minhas filhas tinham que passar por isso? -  por que com a gente?

Mas ninguém merece. Se eu tivesse inimigos, nem a eles desejaria o que passamos.

Temos pensando muito no que fazer e como fazer, mas sabemos que não é hora de tomar grandes decisões. A única certeza que tenho é de que não vou sair da minha casa, lutamos muito pra conseguir construir cada pedacinho do que tem aqui, acompanhei a colocação de cada tijolo, cada telha. E nada do que tem aqui caiu do céu, é fruto do trabalho meu e do marido. Não posso permitir que eles nos tirem isso também, eles já nos tiraram muito. Não vou ser feliz vendo minhas filhas crescerem trancadas em um apartamento. Eu preciso de sol, eu preciso de espaço.

Obrigada mesmo, por tanto carinho, tantas vibrações positivas, orações e a torcida pela gente.

Sintam-se cada um de vocês abraçados e beijados.

Nunca vou ter como agradecer tanto carinho, da minha família, da família do marido, de alguns amigos e de cada um de vocês que me acompanham por aqui.

E um agradecimento especial a minha amiga Indi, que chegou aqui quase antes da polícia, me emprestou o micro pessoal dela para eu poder trabalhar e ainda me deixou copiar TODOS os modelos dela de petições. Nesse mundo egoísta e esquisito que vivemos hoje, ter alguém como ela por perto é um presente. E não é atoa que Natinha ama ela de paixão.

Porque amigo pra rir e fazer festa a gente tem um monte, mas pra pegar junto na hora que a vida da gente tá uma merda é raro viu.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

me levaram horrores, mas eu tenho o que eles nunca vão conseguir ter

- mãe eu tenho um presente para ti e para o pai
- mesmo filha? estou louca para ver
* e ela vem com uma capa de computador com algumas coisas dentro
- o teu note filha?
- é mãe, eu vou dar para ti e para o pai, eu sei que esse é o teu velho que tem umas coisas estragadas, mas vai dar para vocês trabalharem mãe, e eu não preciso
- obrigada filha, vai ser muito bom mesmo eu e o pai podermos trabalhar amanhã
- olha direito mãe, tem mais coisas
- que dinheiro é esse Nati?
- é a minha mesada que eu estava juntando mãe, mas pode ficar para ti e para o pai para ajudar vocês a comprarem as coisas que o ladrão levou.
- e mãe, não precisa mais me dar mesada tá, eu não preciso mãe, eu nem gosto tanto assim de dinheiro e vocês me dão o que eu preciso

* como uma mãe para de chorar nessa hora?

domingo, 7 de agosto de 2011

Quinta-Feira, dia 04 de agosto de 2011. E o estresse pós traumático...

05:45 am - Andressa está dormindo na minha cama comigo e com o marido, está doente de novo. Geme um pouquinho e resolvo ver a temperatura. 38,3º. Dou medicação e fico observando.
06:00 am - Marido acorda, faz um carinho na bebê, conversamos um pouquinho e ele vai se arrumar.
06:30 am - Marido chama a Natália e a ajuda a se vestir no quarto dela. Os dois vem me chamar.
Decido ir para o escritório mais tarde porque queria esperar a Andressa estar melhor. Marido me diz para ficar em casa e eu digo que não posso. Tenho prazos para fazer.
07:10 am - Os dois vem se despedir de mim. Escuto dois "eu te amo" que sempre fazem meu dia mais feliz. Fico pensando na organização do dia, na manifestação sobre uma perícia que preciso fazer. Nos horários das audiências do marido.

...

Escuto a porta do corredor abrindo e percebo que não é o jeito da empregada abrir a porta. Ela sempre abre bem devagar para não acordar a Andressa.
Penso que marido esqueceu alguma coisa.
A porta do meu quarto é aberta e eu vejo a pior cena que já vi na vida, junto com as palavras que não me saem da cabeça.

"- Déia, estamos sendo assaltados."

Eu só vi a arma. Aquela arma apontada para as pessoas que mais amo na vida. Nossas vidas ali, nas mãos daquele vagabundo. Mãos que tremiam e nos ameaçavam. A arma estava na cabeça do Ario.
Vi no rosto do meu marido a tristeza por ter sido obrigado a fazer aquilo. Ele me pedia perdão com os olhos.

Medo.

Pulei da cama e pensei: Fica calma Andrea. Fica muito calma. Te controla.
Peguei a Nati e trouxe para perto de mim. Perguntei ao desgraçado se podia deixar as meninas no meu quarto. Ele prontamente concorda e diz: sim moça, coloca as crianças aí, não quero que elas vejam armas.
Idiota, elas estavam vendo a arma apontada para a cabeça do pai delas!
Vivemos nosso pior pesadelo. São minutos que pareceram horas. Eu tive tanto medo, tanto medo de ele atirar no Ario. A arma tremia na mão dele. Tive medo do Ario reagir, eu via o ódio nos olhos dele. Pensava rápido demais. Precisava saber o que dizer, como agir. Em um segundo nossas vidas poderiam estar destruídas para sempre. Eu queria que ele fosse embora. Pensava no que eu precisava fazer para que ele fosse embora.

Parecia que eu estava em um pesadelo e que, por mais que tentasse não conseguia acordar.

Mantivemos a calma. Eu e o Ario negociamos com ele o tempo todo. A empregada, que estava sendo aguardada pelo outro bandido, na esquina de casa, se descontrolou e levou uns empurrões.  Eles chegaram depois. A Natinha não parava no quarto, queria negociar com o bandido também, ficava oferecendo as coisas junto comigo. Ouviu um "fica quieta guria". Sangue do marido ferveu. Percebia a raiva dele no olhar. Errei ao não trancá-la no quarto. Eu queria ela longe deles, eu queria minhas filhas longe dali. Mas a Natália não ficava no quieta no quarto, gritei com ela, sacudi ela pelos ombros mandando ela me obedecer. Coitadinha da minha filha. Depois entendi que ela me ouvia dizer que não tinha dinheiro. O desgraçado me mandava ir buscar o dinheiro o tempo todo. Na inocência infantil dela, ela dizia: eu tenho, eu tenho... (ela se referia a mesada que ela vem guardando para comprar um jogo)

Medo do marido perder o controle. Medo do marido reagir.

Pensa. Pensa Andrea.
Nunca pensei tão rápido. Nunca medi tanto as palavras. Nunca tive tanto medo. Medo de perder quem eu amo. Medo de ter meu marido assassinado na frente das nossas filhas. Medo de ver minhas filhas machucadas. Medo de ver a Lucia levar um tiro dentro da minha casa, pensei na filha dela sozinha e sem mãe.
Não sei de onde me vieram todas palavras. Me ofereci para ajudar a carregar as coisas. Fui oferecendo tudo que nós tinhamos para eles.
Eles queriam dinheiro. Não temos dinheiro. Eles queriam as nossas coisas, aquelas que levamos uma vida toda para poder comprar, mas eles também queriam dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro.

Fui colocando todas as coisas que achava em cima da mesa da sala. Eu dizia para ele levar tudo, que ele podia levar tudo e ir embora. Só queria ele feliz e satisfeito longe de nós. Muito longe das pessoas que eu amo.
Não, não era o dinheiro da carteira que ele queria. A carteira que estava em cima da mesa, eles nem abriram, não era aquele trocado da padaria. Eles queriam o dinheiro "guardado". Eles queriam o dinheiro que não temos.

Moço nós não temos dinheiro, mas temos isso, e aquilo e mais aquilo outro. Nós não somos ricos moço, o que temos está aqui. Pode levar o que tu quiser, mas por favor não machuca ninguém.

Vai trazendo dona. Vai colocando tudo aí.
Depois da mesa da sala cheia de todas as nossas coisas, ele se sentiu satisfeito e sorriu. O comparsa dele tinha percebido que algo estava errado e fugiu. (a vizinha da frente percebeu o assalto e ligou para polícia). Mais desespero. O maldito não acreditava que o parceiro tinha feito isso. Ele tremia inteiro. Ofereço o outro carro, que nem é nosso. Ele quer que o marido vá junto. Peço, imploro. Me desespero. Meu corpo todo treme de medo. Sentia meus dentes batendo de tanto tremer.

E de repente vejo que o parceiro dele voltou para buscá-lo. Vejo nosso carro estacionado lá fora. Grito que o amigo dele voltou e em dez segundos ele tinha ido. Ele se foi. Trouxe com ele muito medo e esqueceu de levar embora junto. Deixou conosco a insegurança, o medo, a humilhação, a impotência, a revolta, a descrença e a certeza de que nunca mais as coisas serão como antes. Nunca mais seremos os mesmos.

Com que direito eles levam embora a inocência da minha filha? Ela acreditava em um mundo maravilhoso, em pessoas boas. O medo dela era de fantasmas, vampiros e de cobra. Agora ela tem medo de gente.

Acho que nunca mais vou conseguir dormir...

sábado, 6 de agosto de 2011

Do meu pai...

- filha, pode demorar, mas um dia a gente se recupera do trauma, se recupera do prejuízo financeiro, e eles nunca vão ter paz, o fim deles com certeza chega logo e de forma trágica.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Como se supera?

Então que a gente é rendido, roubado, humilhado no lugar do mundo que se sente mais seguro e ainda precisa agradecer por estar vivo?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011