terça-feira, 25 de dezembro de 2007

E aí a festa de Natal rolou lá pelas bandas de Ipanema, na casa da minha madrinha. Porque a minha família em sentido latu, é bem esquisita, (novidade né, qual família não é esquisita?!), passam o ano brigando, falando mal um dos outros, jurando que NUNCA MAIS EU FALO COM ELA E DESTA VEZ É SÉRIO, mas na hora H, leia-se festa de Natal, ai de quem ousar e se negar a passar junto. Pois o sangue alemão some das veias e rola o maior dramalhão mexicano (se o Silvio Santos nos descobre!), um se faz mais de vítima do que o outro pra que tudo continue como sempre foi pelas bandas da família oliveira brito/nunes/costa/mello/gerhardt/ciriaco/gimeniz/oliveira de novo.

A chantagem preferida é a do meu avô, porque é "meu último Natal", e vai que o velhinho ruma aos 85 anos, firme, forte, trabalhando, comendo muita carne gordurosa, muito doce, muito tudo e menos atividade fisica, que isso "é coisa pra quem é doente e eu nunca fui doente", deve fazer uns 10 anos que minhas tias quase surtam quando algum de nós, primos, (terceira geração) pensa em voz alta e pondera fazer algo diferente e os mesmos 10 que nós escutamos, "ano que vem o vô pode não estar mais ai, então vocês façam o que quiserem". Meu velhinho é forte e vai passar a perna em muita gente, podem apostar!

Não, não rola MESMO. Só pra quem tá fora do país, e olhe lá, porque se o cabra esquecer de telefonar, já vai sentir as orelhas ferverem.

Então minha mãe que era a cozinheira oficial e que morava na casa maior resolve morar num apartamento. E a Andrea, vulgo eu mesma, resolve morar numa casa grande e bem legal, e se muda assim, pertinho da Natal. A preocupação se minha casa ficaria pronta já rolava desde maio!

A Andrea aqui surtada com a obra, tava querendo mesmo é o Natal se explodisse e que o Papail Noel pulasse esse ano, porque não tinha espaço no meu cérebro pra mais uma preocupação.

Mas a pressão rolou, e rolou forte. Com direito a vovô emburrado, depois bravo e depois foférrimo jurando que comprava tudo pronto e eu não precisaria ter trabalho nenhum. Isso tudo com a platéia da minha mãe com cara de choro e olhar de "ai como tu é ruim fazer isso com teu avô", ela só não disse "deixa pai que ela é assim mesmo que eu compro uma casa de novo e faço o Natal como tu quer" porque não tinha como, porque se tivesse ela diria, ah se diria!

Mas não é a toa que eu pago a minha médica da cabeça e vejo ela duas vezes por semana, disse NÃO, e NÃO e NÃO MESMO!

Um cadinho culpada, que eu pertenço a essa família faz tempo né. Mas consegui dizer não, marido que ainda tem mania de bonzinho chegou a tentar me fazer mudar de idéia, escutou um NÃO também!

E a festa foi linda, e ninguém morreu por causa disso, e depois de copos quebrados, refrigerante derramado, peru pisoteado no chão, fios de ovos no sofá, eu só constatei que ainda estou muito apegada a matéria, vulgo, minha casinha nova, pra ter esta galera toda eufórica e enlouquecida sujando minhas coisinhas.

E o prêmio cara de pau no ano vai pra minha irmã, que levou uma caixa de bombons de sobremesa, pelo menos era Nestlé. E a safada ainda fez o maior sucesso, as crianças adoraram, bem feito pra mim, que passei a manhã inteira fazendo farofa e torta de limão com chocolote, toda decoradinha com gotas de chocolate!

Um comentário:

Luiza disse...

Andrea, acho que em qualquer família rola um climão natalino. Aqui, meu marido sempre "precisa" visitar os filhos no dia 24 antes de irmos para as festas da mminha família, e sempre chegamos tarde... Para a ceia de Natal, a coisa é menos complicada: já que sou a criatura comm menos intimidade com as panelas (mas sei fazer qualquer coisa seguindo receitas, não sou completamente inútil - hahaha) sempre sou "convidada' a contribuir com as bebidas e a sobremesa. Só sou um pouco mais criativa que a tua mana: compro uns potes de sorvete, coberturas e era isso. Beijo e no stress!