E aí a festa de Natal rolou lá pelas bandas de Ipanema, na casa da minha madrinha. Porque a minha família em sentido latu, é bem esquisita, (novidade né, qual família não é esquisita?!), passam o ano brigando, falando mal um dos outros, jurando que NUNCA MAIS EU FALO COM ELA E DESTA VEZ É SÉRIO, mas na hora H, leia-se festa de Natal, ai de quem ousar e se negar a passar junto. Pois o sangue alemão some das veias e rola o maior dramalhão mexicano (se o Silvio Santos nos descobre!), um se faz mais de vítima do que o outro pra que tudo continue como sempre foi pelas bandas da família oliveira brito/nunes/costa/mello/gerhardt/ciriaco/gimeniz/oliveira de novo.
A chantagem preferida é a do meu avô, porque é "meu último Natal", e vai que o velhinho ruma aos 85 anos, firme, forte, trabalhando, comendo muita carne gordurosa, muito doce, muito tudo e menos atividade fisica, que isso "é coisa pra quem é doente e eu nunca fui doente", deve fazer uns 10 anos que minhas tias quase surtam quando algum de nós, primos, (terceira geração) pensa em voz alta e pondera fazer algo diferente e os mesmos 10 que nós escutamos, "ano que vem o vô pode não estar mais ai, então vocês façam o que quiserem". Meu velhinho é forte e vai passar a perna em muita gente, podem apostar!
Não, não rola MESMO. Só pra quem tá fora do país, e olhe lá, porque se o cabra esquecer de telefonar, já vai sentir as orelhas ferverem.
Então minha mãe que era a cozinheira oficial e que morava na casa maior resolve morar num apartamento. E a Andrea, vulgo eu mesma, resolve morar numa casa grande e bem legal, e se muda assim, pertinho da Natal. A preocupação se minha casa ficaria pronta já rolava desde maio!
A Andrea aqui surtada com a obra, tava querendo mesmo é o Natal se explodisse e que o Papail Noel pulasse esse ano, porque não tinha espaço no meu cérebro pra mais uma preocupação.
Mas a pressão rolou, e rolou forte. Com direito a vovô emburrado, depois bravo e depois foférrimo jurando que comprava tudo pronto e eu não precisaria ter trabalho nenhum. Isso tudo com a platéia da minha mãe com cara de choro e olhar de "ai como tu é ruim fazer isso com teu avô", ela só não disse "deixa pai que ela é assim mesmo que eu compro uma casa de novo e faço o Natal como tu quer" porque não tinha como, porque se tivesse ela diria, ah se diria!
Mas não é a toa que eu pago a minha médica da cabeça e vejo ela duas vezes por semana, disse NÃO, e NÃO e NÃO MESMO!
Um cadinho culpada, que eu pertenço a essa família faz tempo né. Mas consegui dizer não, marido que ainda tem mania de bonzinho chegou a tentar me fazer mudar de idéia, escutou um NÃO também!
E a festa foi linda, e ninguém morreu por causa disso, e depois de copos quebrados, refrigerante derramado, peru pisoteado no chão, fios de ovos no sofá, eu só constatei que ainda estou muito apegada a matéria, vulgo, minha casinha nova, pra ter esta galera toda eufórica e enlouquecida sujando minhas coisinhas.
E o prêmio cara de pau no ano vai pra minha irmã, que levou uma caixa de bombons de sobremesa, pelo menos era Nestlé. E a safada ainda fez o maior sucesso, as crianças adoraram, bem feito pra mim, que passei a manhã inteira fazendo farofa e torta de limão com chocolote, toda decoradinha com gotas de chocolate!
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
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Um comentário:
Andrea, acho que em qualquer família rola um climão natalino. Aqui, meu marido sempre "precisa" visitar os filhos no dia 24 antes de irmos para as festas da mminha família, e sempre chegamos tarde... Para a ceia de Natal, a coisa é menos complicada: já que sou a criatura comm menos intimidade com as panelas (mas sei fazer qualquer coisa seguindo receitas, não sou completamente inútil - hahaha) sempre sou "convidada' a contribuir com as bebidas e a sobremesa. Só sou um pouco mais criativa que a tua mana: compro uns potes de sorvete, coberturas e era isso. Beijo e no stress!
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