sábado, 5 de dezembro de 2009

Não vou, me adaptar, me adaptar...

Eu tenho procurado ser uma pessoa melhor. Nesses dois anos que estou fazendo terapia mudei bastante, não sem sacrifício, muito pelo contrário, porque mudar, você sabe, é muito difícil.

Esse processo todo de tentar viver menos angustiada, menos estressada, sem carregar o peso do mundo nas costas me fez passar a pensar mais nas minhas decisões e não agir tanto no "piloto automático". Me isolei um bocado do mundo porque eu precisava cuidar de mim, prestar atenção as pequenas coisas e descobrir quem eu verdadeiramente sou.

Eu sempre quis ser aceita, ser amada. E isso me custou um bocado. Me agredi muito pra ser sempre a boazinha e fazer o que as pessoas esperavam de mim. Claro que isso não é racional, não é planejado, simplesmente acontece, tu vai conduzindo a tua vida naquela forma e quando se dá conta se perdeu tanto que nem sabe mais onde ficaram guardados os teus sonhos, os teus objetivos, e principalmente os teus sentimentos. O agir sempre fica condicionado ao que o outro espera.

Esse último ano eu fiz o que quis. Por mim mesma. Parei de fingir que não via o que me faziam de mal, parei de desculpar quem me agredia, pensando "ele não está em um dia bom".

É dificil de entender que tu pode nunca ter feito mal (ou pelo menos não ter a consciência de ter feito) a alguém e aquela pessoa gratuitamente te exclui, te renega. Acontece. É da vida, do ser humano (que medo).

Com certeza eu sou uma pessoa cheia de defeitos e peço a Deus sempre que me dê luz para ver os meus erros, que não permita que eu magoe ninguém gratuitamente e que principalmente me ajude a ser uma pessoa justa e do bem.

Com a terapia aprendi que ser alguém do bem não significa fingir que não vê quando alguém está me fazendo mal. Aprendi a olhar para os meus sentimentos. Mas ainda sou pega de surpresa, e hoje foi um dia assim.

Fico aqui brigando entre a antiga a Andrea que finge que não vê e procura desesperadamente uma desculpa pelo "agir" do outro e a nova que fica chateada porque foi mal tratada de graça.

E sabe onde está o problema maior de tudo isso? A antiga Andrea "engolia" e a nova não sabe o que fazer com esse sentimento de tristeza que fica.

Por essa eu não esperava.
E ainda não me decidi se vou perguntar o que está acontecendo ou simplesmente tentar riscar a pessoa da minha vida, assim como ela está me riscando da dela.

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