Então que assim, do nada, cai a ficha. Tá eu tô sofrendo por antecipação. Mas hoje me dei conta, mês que vem volto a trabalhar. E voltar pro escritório não significa somente voltar aos clientes, processos e chateações. Isso também e MUITO.
Mas o voltar agora significa muito mais que isso.
Agora estou voltando sozinha, inteira, não estou mais grávida, não sou mais duas. Tem um ano que meu ritmo mudou muito. Tem um ano que estou na dobradinha grávida/bebêemcasa.
Apesar de ser mãe de segunda viagem eu não vivi isso da outra vez. Não trabalhava com o marido e não me desliguei do escritório e dos problemas nem por um mês sequer.
Agora vivi algo completamente diferente. Eu só sou mãe e ponto. Antes era muito poupada por conta dos riscos que tive durante a gravidez e agora só cuido das minhas filhas e mais nada.
Não me preocupo com clientes, com o escritório, com as contas de lá, com as contas de casa, com o supermercado. Eu só sou mãe. E a vida fica bem boa quando a gente não precisa se estressar, né?
E tenho me sentindo tão confortável neste papel, obviamente por ter tempo de viver com a Andressa o que não vivi com a Natália e por tabela poder ficar próxima da Natália nesta fase que as coisas mudaram bastante pra ela, que de filha única, sobrinha única, afilhada única e neta única passou a dividir espaço com a irmã e com a priminha que nasceu junto com a Andressa.
Além do óbvio eu estou protegida aqui, como que com a vida em suspenso. Não me preocupo com várias coisas porque praticamente nem saio de casa. Se não fosse pela agitação da Natália que toda hora quer uma coisa diferente os dias começariam e terminariam iguais.
E isso tudo acaba mês que vem. Não vou mais poder passar o dia apenas cuidandos dos intervalos das mamadas, da quantidade de cocô, se vomitou ou não, se arrotou ou dormiu o suficiente. Temos uma rotina diária que varia muito pouco e estou confortável com ela. Já disse que tiro de letra essas coisas de ser mãe? É algo que faço com prazer. Não nego que cansa, que suga a gente ao máximo. Mas eu gosto dessa função toda de me envolver com a rotina delas.
Agora vou ter que trocar os horários das mamadas pelos horários dos clientes, a preocupação com os arrotos pela preocupação da roupa por vestir, do cabelo em dia, das unhas sempre feitas. Preciso voltar a ser a Andrea Advogada e não estou nem um pouco animada com isso. Ter que viver a pressão dos clientes, o estresse das audiências, a preocupação com as contas a vencer me deprime.
Mas ficar aqui, pra mim, repito PRA MIM me faz sentir um certo "não viver", um não arriscar, não viver a oscilação de emoções que a vida lá fora trás. Sim, me sinto confortável e protegida aqui dentro da minha vida exclusiva de mãe e tenho uma vontadezinha de mandar tudo as favas e ser só mãe. Vontade aliás que depende exclusivamente da minha decisão, já que marido da a maior força.
Mas não dá. Pra mim não dá. Não posso. Mesmo que não me sinta nem um pouco a fim de deixar minha bebezinha, que eu não consiga me imaginar não sendo mais a única responsável pelos seus cuidados eu vou. Vou lá matar um leão por dia e morrer de culpa, mas tenho certeza que é o melhor pra todo mundo. E que se não for, nunca será tarde pra mudar tudo de novo.
Fiquei um pouco deprimida com isso hoje...
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
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6 comentários:
Ei Andrea, é uma decisão muito difícil né??
vivo pensando nisso, quando chegar a minha vez não sei se consigo ser corajosa como você!!
Mas a verdade é que a gente tem vontade de viver exclusivamente pra família, mas sabe que "só" isso não basta!! E onde fica a profissional, a mulher, e o medo de um dia olhar pra trás e se arrepender de ter aberto mão da parte da sua vida que era só sua...
Fique tranqüila, acredito no que você disse, se essa não for a melhor decisão sempre há tempo de voltar e repensar!!
boa sorte, força!!
bjus
vivendoecolorindo.blogspot.com
Amiga, obrigada pelo apoio que me deu. Estou me sentindo culpada por não ter conseguido engordar meu filho nesse último mês.. o que eu fiz de errado? O que está acontecendo? Esse sentimento d eimpotência é péssimo.
Imagino o dilema que vc deva estar sentindo... mas como vc diz, pra vc é importante voltar, de alguma maneira.. e se não der pra levar, muda tudo de novo. Eu sei como eu sou, não poderia voltar a uma rotina pesada agora... ainda bem que meu trabalho em permite conciliar tudo de uma forma mais ou menos equilibrada.
Boa sorte no retorno ;o)
Andréia, fica mal não!
Pense pelo lado positivo, somos privilegiadas porque temos uma profissão e estilo de trabalho que permite flexibilizar quando for necessário e avançar mais quando der/for possível.
Para mim também não deu ficar só em casa, embora fosse o melhor para o filho e o desejo do marido, mas como sempre existe a possibilidade rever a vida, quem sabe mais pra frente.
Hoje levo uma por dia: culpa, pressão, rebolado, stress, e toda a bagagem doce e salgada de ser advogada e dona do próprio escritório.
Vai dar tudo certo.
Força.
Coragem.
Estou na torcida.
Bjs pras três.
Ai guria, super te entendo...
Força aí que vai dar tudo certo!
Bjão
Andrea, adorei muito o post!
Estamos vivendo momentos e dilemas muito parecidos... Parece que tirou as palavras da minha boca (e porque não do meu coração?). Tenho pensado em ficar com o Rica até os 6 meses, mas ficar em casa full-time acho que não combina comigo também. Beijocas!!
Oi Andrea, tb estou comecando a entrar nessa fase. Na verdade so volto em abril, pq tirei 6 meses de licenca + ferias, mas mesmo assim ja esta me dando um aperto no peito, pq esses 4 meses passaram voando. Realmente se eu pudesse tb seria SO mae!
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