Já falei sobre isso AQUI, quando da primeira crise forte da Natália.
Naquela ocasião o susto foi muito grande, começou com umas queixas sobre dores nas pernas e braços, sempre iniciavam ao final da tarde e a noite. Até que em um dia me chamaram na escola e ela não caminhava mais de dor. Pavor, medo e insegurança. No outro dia ela amanhecia bem e as coisas pioravam com o passar da tarde.
Fizemos tudo, a pediatra, a Juliana, não mediu esforços. Eu e o marido ficamos apavorados, depois, a Juliana confessou que também ficou muito preocupada, já que um dia saí da escola com a Naty no colo e praticamente invadi a sala da Juliana para ela ver ela no meio de uma crise. Naquele dia percebi no semblante dela a preocupação, a crise estava muito forte mesmo, leucemia foi uma das coisas que cogitamos que ela podia ter.
Só que no dia seguinte a Natinha amanhecia bem, sem dor alguma, voltava a ser a criança que sempre foi. Ela insistia em ir pra escola, que queria brincar com os amigos. Isso era muito louco e, confesso que cheguei a pensar que ela podia estar fazendo aquilo pra chamar a atenção, pra que eu não fosse trabalhar, pra que ficasse mais com ela, mãe aciona o botão da culpa com muita facilidade.
Num dia de desespero e dúvidas, ela em casa parou de caminhar, me apavorei, esperei o marido chegar em casa e fui numa loja de brinquedos e comprei um patinete pra ela, um da Branca de Neve que ela andava pedindo. Coloquei na frente dela torcendo pra ela levantar e subir naquele patinete, me tirando aquele medo, me mostrando que era "fita", "problema emocional", "manha", "fingimento", só queria que minha filha não tivesse nenhuma doença. Ela tentou ficar em pé, os olhinhos brilhando diante do brinquedo tão desejado, mas os joelhinhos não suportaram o peso do corpinho e ela sentou no sofá novamente. Chorou um pouco e acabou pedindo ao amigo Ian para que andasse no patinete pra ela ver como era. Eu chorei, enquanto os olhinhos dela brilhavam de alegria ao ver as luzes do patinete piscando.
Aquela crise forte passou, algumas menores vieram.
Há duas semanas ela chorou de dor nos dedinhos da mão ao colocar as meias. Eu reclamei que ela andava muito preguiçosa, que era uma mocinha e precisava se vestir sozinha. Ela reclamou de dor e que não conseguia. Eu mostrei como era fácil e ainda disse que ninguém tem dor pra colocar as meias. Mais uns dias e ela reclamou de dores pra colocar as calças jeans, tirar os calçados, fechar o fecho dos casacos. Eu achava que era preguiça de se vestir sozinha, ela sempre quer que façamos as coisas por ela. Cheguei a dizer que ela andava com as mãos muito fracas, que eu ia comprar uma bolinha pra ela apertar e fazer exercícios.
Eu tinha esquecido. Não sei como pude, mas eu esqueci.
Mais uns dias passaram e as dores se espalharam, pernas, joelhos, coxas, tornozelos. Aos pouquinhos a crise foi voltando. Sexta ela não caminhava ao final do dia. No sábado acordou bem e quis ir na casa de uma amiga brincar, o pai da amiga acabou me ligando que ela queria vir embora, reclamava de dores nas pernas. Febre alta. Não sei se a febre tem relação, da outra vez não lembro de ela ter tido febre.
Meu pai veio cedo pra cá hoje e não acreditou quando disse que ela estava em crise e tinha tido febre de 39,6 ontem. Ela estava feliz e brincando de panelinha no jardim. Final do dia chegando e ela foi ficando abatida, não conseguiu tirar a roupa sozinha para tomar banho. Não conseguiu caminhar até a cozinha para jantar. Marido tentou fazer massagem nas perninhas e ela não quis, gritou de dor e pediu pra ninguém encostar.
Amanhã cedo vamos na Doutora Juliana. O pior é saber que não se pode fazer muita coisa.
domingo, 1 de junho de 2008
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2 comentários:
Nôssa, Andrea...
Só de ler seu post eu fiquei aflita.Li na rev. Caras outro dia que o filho de Claúdia Raia apresentou este mesmo problema inclusive na foto, ele está de muletas.Corre logo a um ortopedista.Estarei aqui torcendo p/sua "bonequinha" fique logo livre destas dores.
abs
Mone
Não não e não....eu não sabia que isso existia.
Ai Andrea, fiquei triste pela Natália, mas vou torcer por vocês e fazer bons pensamentos para ela. Mas, agora que já sabem, não meçam esforços. Ai mãezinha, coragem tá !!
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