As vezes não é fácil. Pra ser sincera é desesperador. Filho não vem com manual e a gente se perde, erra, cansa, perde a paciência e chora no chuveiro.
Minha decisão de ficar mais tempo com a minha filha foi tomada depois de muita terapia. Eu precisava me sentir primeiro mãe e depois advogada. Concretamente essa decisão significa ir uma hora e meia mais cedo pro escritório pela manhà todos os dias e não trabalhar nas terças, quintas e sextas a tarde. Nesses dias sou mãetorista, faço dever de casa, olho os cadernos, conto histórinhas, assisto a aula de natação, pulo corda, canto musicas. Coisas que nunca fiz nesses 6 anos da Natinha.
Hoje faço sem culpa graças a organização que consegui impor ao meu trabalho, terminar a sociedade que eu mantinha me fez dar meu ritmo as coisas. Meus processos vão muito bem obrigada!
Ainda tenho crises de culpa por todas as vezes que amamentei minha filha (até os 3 meses de idade) torcendo pra que ela acabasse logo porque eu tinha que trabalhar.
Não tenho mais culpa. Troquei a culpa por dúvidas.
A Natália anda um grude em mim. Tem sido a insegurança em pessoa. Se agarra nas minhas pernas quando a deixo na escola, enquanto todas as crianças correm para os amigos e ficam brincando enquanto o sinal não toca, ela fica sentada no meu colo. É a última a ir pra fila de tantos beijos e abraços que me dá. Faz beicinho. Na natação nem cogita a hipótese de eu não ficar sentada assistindo a aula, ontem quis ir ao supermercado enquanto ela nadava, ela chorou e preferia nem ir pra natação, que ela adora, a ter que ficar sozinha.
Ontem sai pra jantar com umas amigas e ela ficou com amado marido, foi um drama pra eu sair de casa, "não é justo tu sair pra se divertir e eu não poder ir junto", "eu me comporto, deixo tu conversar com tuas amigas", "por favor mamãe", entre muitas outras chantagens emocionais. Eu fui.
Hoje ela tinha uma festinha de aniversário pra ir. O local é onde são realizadas a maioria das festas dos amigos dela, um lugar só pra crianças cheio de brinquedos e recreacionistas, a chantagem pra eu ficar na festa começou ontem. Fui firme dizendo que eu não podia ficar junto, que nenhuma mãe fica, que ela sabe que deixo meu telefone e se ela quiser vir embora é só pedir pra telefonarem. Fou um "vou, não vou" desde ontem. Ela decidiu ir, pediu pra eu ficar junto um minutinho, concordei, fiquei 15 minutos, na hora de eu vir ela chorou e nenhum dos amigos conseguiu fazê-la ficar. Confesso que ver todas as crianças se divertindo e ela ali chorando me desesperou.
Voltei pra casa irritada, decepcionada, culpada, insegura. Acabei irritada com ela e disse que ela não iria mais a aniversário nenhum que eu não era boba de ficar andando de carro pra lá e pra cá, que ela não se decide, que precisa aprender a fazer escolhas e blá blá. Disse ainda que enquanto os amigos se divertiam ela iria pra casa colocar pijamas e dormir. Ela me sai com "tá bom mãe eu nunca mais vou nas festas dos amigos". Chorei.
Já em casa, mais calma resolvi conversar, tentar entender o que acontecia, que medo era esse. Óbvio que ela não consegue expressar o que tem acontecido. Expliquei que eu quero que ela se divirta, que é muito bom ter amigos, ir brincar, que ela não precisa ter medo, que eu jamais deixaria ela em um lugar que não fosse seguro, e que se ela quisesse vir embora a mãe do amigo me ligaria.
Uma impotência sabe. Fui pro chuveiro e chorei me sentindo perdida, sem saber onde estou errando, procurando um porquê, um motivo.
Eu sei que nunca vou ter todas as respostas, mas me sentir assim impotente em relação a ela foi desesperador.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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2 comentários:
Sabe que também tenho uma criança pequena, com quase 6 anos, trabalho 8hs/dia, 5 ds/semana, no sábado e no domingo minha pequena é um verdadeiro grude comigo, chego muitas vezes a ficar irritada, mas respiro fundo e procuro entender que ela quer minha companhia. Mas por outro lado meu marido diz que ela aproveita a situação para sugar até o útlimo sabendo que eu vou abrir guarda porque tenho a questão de culpa de não estar o dia todo dia ali com ela.
Tenho também uma filha mais velha, com 16 anos. Fico analisando, minha filha mais velha cresceu comigo trabalhando fora e hoje vive muito bem, tem seus compromissos com a escola (muitas vezes acaba almoçando na escola porque tem atividades no período da tarde, inglês... e vejo que não é preciso ter culpa por trabalhar fora, o importante é dedicar-se aos filhos, dar a devida atenção, mesmo que poucas horas.
Fique tranquila, tudo passa!
Passa no meu blog para ver meu último post.
bjk
Desejo que vc tenha um dia das mães com muita alegria!
bjk
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