Desde que engravidei eu sabia que a pergunta viria e, sem pestanejar eu teria que contar a verdade sobre como os bebês são feitos.
Era uma decisão bem pensada e conversada, e eu e o amado marido concordamos que era preciso dizer a verdade.
Então desde sempre a Natinha quis um irmão/irmã. Acho que ela tinha uns dois anos quando começou a fazer desenhos pra futura irmã, guardar bonecas e chocolates pra quando nossa casa estivesse cheia de todos os irmãos que ela desejava ter.
Mamãe sempre quis muito outro filho, papai se sentia plenamente feliz com a Natinha, mas não achava a idéia da segundinha ruim. Fomos adiando, adiando, adiando, principalmente por conta da minha situação de trabalho anterior. Queria mais tempo pra cuidar de um segundo bebê e trabalhando na sociedade que eu tinha antes não teria esse tempo.
A Nati devia ter uns 3 anos quando a bisa, com pena dela de tanto que a bichinha reclamava por ser só ela a não ter irmãos nessa vida, disse pra ela colocar açúcar na janela que a cegonha vinha e traria um bebê. Não era o que eu queria que ela acreditasse, mas ela era pequena e nunca me perguntou se era assim mesmo. Então fingi que não escutei.
Ela colocou açúcar na janela e descobriu sozinha a mentira da bisa, no outro dia só tinham formigas no açúcar e ela muito brava disse que não tinha dado certo e que não existia cegonha coisa nenhuma.
Aí chegou o momento, eu engravidei e me preparei para as perguntas que não vieram. Confesso que achei estranho e até comentei com minha irmã que é psicóloga, e ela me disse que se ela não tinha me perguntado era porque tinha uma teoria que a satisfazia.
Beleza. Tudo cor de rosa e facil de lidar. Grávida nós rezávamos juntas e agradecíamos a maninha que estava na barriga e pediamos pra que ela tivesse saúde e ficasse na barriga da mamãe o tempo que fosse necessário pra nascer bem.
Ela sempre soube por onde os bebês nascem e já tivemos uma conversa sobre, como contei AQUI, mas como a irmã entrou na barriga não foi uma curiosidade dela até duas semanas atrás.
Nós duas tirando as coisas da mesa depois do almoço ela me diz:
- mas mãe pra gente ter um bebê só precisa ser casada e pedir pra Deus mandar né?
e a mãe moderna, descolada e preparada ficou nervosa, claro. me preparei tanto pra responder a verdade e naquele momento só consegui lembrar do quanto fiquei chocada quando eu tinha 12 anos e minha mãe fez um desenho pra explicar como os bebês iam parar na barriga!
engasguei um pouco e respondi que necessariamente não precisaria ser casada, mas que eu achava mais legal se o bebê viesse depois do casamento porque então teríamos a mãe e o pai para cuidar e amar o bebê e que a gente podia sim pedir pra Deus mandar um bebê, mas que não era só isso, que pra Deus a gente podia pedir pro bebê nascer com saúde, como fazíamos quando a maninha estava na barriga.
ai fiquei quieta, esperando a próxima pergunta. ela se calou, pensou um pouco e mudou de assunto.
uuuuuuuuuuuuuuuufa!
quero sim falar sobre sexo sem tabus e sem mentiras com a minha filha, mas sinceramente acho cedo. preferia que ela não tocasse mais no assunto porque não vou mentir, vou explicar a verdade de acordo com a curiosidade dela.
fui pesquisar sobre a melhor hora e a melhor forma de falar sobre isso e descobri um livro que marido acabou comprando.
O livro se chama Mamãe, como eu nasci? e é do escritor Marcos Ribeiro com ilustrações de Bia Salgueiro. Li todinho e o livro é claro e objetivo, cheio de ilustrações e confesso que ainda fico insegura sobre ser a hora certa de falar sobre o assunto.
Então na semana passada ela tocou no assunto de novo, sobre eu engravidar de novo e de como se faz isso, aí a mãe suuuuuuuuuper preparada sugeriu da gente ler juntas o livrinho que explicava isso. Ela pegou o livro, olhou os desenhos, fez um "aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai que nojo" desse desenho de guri pelado e não quis mais ler o livro. Me disse que outro dia a gente conversava sobre isso e que ia ver televisão.
Tudo no tempo dela...
e eu aqui achando é bem bom!
segunda-feira, 21 de março de 2011
A hora H, ou, como ficar sem ação diante de uma criança curiosa...
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4 comentários:
Isso mesmo amiga. Tudo no tempo dela, de acordo com a necessidade e entendimento dela. Aqui esse papo já rolou mas não contamos os detalhes técnicos até porque Alice só tem 4 anos. Bjsssssss
Que situação, né??!! Ainda bem que por enquanto ela desistiu!
Adorei o seu blog e a maneira como vc educa suas filhas, parabens!
beijos
Déia a minha tem 9 anos e ainda não me fez tal pergunta - ufa - não sei como vou explicar ... vou ter que comprar o livro sugerido! bjus
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