Então que hoje a professora da Natinha estaria a disposição para conversar com os pais que quisessem. Eu, lógico estava lá.
Tudo que diz respeito a minha filha é SEMPRE prioridade pra mim.
Conversa vai conversa vem e tudo bem, ela vê a Nati exatamente como eu, interessada, se relaciona bem, obediente, tem condições de caprichar mais no caderno e se dispersa com facilidade pois o "social" da escola é mais atrativo. Tudo dentro da normalidade pra idade dela. Está lendo e escrevendo bem.
Então que fui a primeira a chegar e a Natinha quis ir junto pra ficar brincando com os amigos enquanto eu conversava.
Terminei e ela quis brincar mais um pouco, fiquei por lá quase uma hora conversando com outras mães enquanto as crianças se divertiam.
Então que ela veio muito preocupada me contar que um amigo estava sozinho lá no escuro chorando porque os pais estavam se separando.
Fui buscá-lo. É um menino danado sabe, daqueles que briga, chuta, responde, chegou a chutar meu marido em uma festa de São João da escola. Eu tinha certa birra com o pirralho, confesso.
Depois de convencido a ir ficar comigo e com as outras crianças comecei a conversar com ele, ele sem responder, quietinho. Até que elogiei seus olhos, que realmente são lindos, um verde azulado incomum. Ele sorriu e me disse: obrigada, mas desculpe que todo mundo diz isso e me deu um lindo sorriso.
Ele se soltou e ficou conversando comigo, dei atenção, fiz brincadeiras e ele foi um querido.
Sempre via ele como o capetinha que batia na minha filha e mais de perto vi que ele é uma criança, uma criança exatamente como a minha filha. Talvez passando por uma fase complicada, talvez sem a atenção, a dedicação e a educação que ele precise.
Me dei conta de como nós adultos somos crueis, na maioria das vezes, sem nos dar conta. Como ao escolher sermos pais não temos o direito de tirar o sorriso dos nossos filhos. Como esses pequenos, que amamos, claro, podem ser vítimas dos nossos inúmeros erros, escolhas, estresses, falta de paciência, de atenção e de dedicação. As vezes estamos tão submersos em nossa própria dor e medo que podemos ser incapazes de olhar mais de perto para as consequências das nossas atitudes.
E esses pequenos são tão indefesos perto da gente. São só crianças precisando de um pouco de atenção e afeto.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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3 comentários:
Que lindo isso que tu falou, Andrea...Fiquei até sem palavras.
Esse menino deve ser danado porque é criado solto, por pais egoístas e sem afeto. Uma criança que não é prioridade, é empeciho.
Beijão!
Oi Andrea,
adorei a sua visita. Essa diferença de idade é mesmo difícil de conciliar mas agente dá um jeito.
Linda a sua postagem. Temos que ficar muito atentos ao nosso comportamento e não deixar resvalar para as crianças.
Volte sempre
Magali, e filhos precisam ser prioridade sempre.
Chris, tomara que eu consiga encontrar o equilíbrio pra conseguir suprir as necessidades das minhas duas pequenas. Volto sim, já está nos meus favoritos!
beijocas
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